ITÁLIA
VANEZA, Veneto
A primeira vez que visitei Veneza foi em 1989 durante algumas horas na última noite de carnaval. Achei ela linda, rica em arte e história.
Por jamais sair da minha memória a lembrança deste charmoso lugar, decidi voltar para comemorar meu aninversário e descobrir mais encantos deste conjunto de ilhas que emergem de uma lagoa situada entre a terra firme e o mar aberto, unidas através de pontes e com acessos navegáveis.

Também chamada de Serenissima Repubblica di Venezia, é mundialmente famosa pelos seus canais que servem como ruas nesta cidade onde não transita carros.
Tudo começou no ano 452, quando habitantes do nordeste italiano se refugiaram nessas ilhas à beira do Mar Adriático para escapar das invasões bárbaras que puseram fim ao Império Romano. Nesse local, parte de uma região chamada Veneto, havia 120 ilhotas cortadas por 177 canais.





Quando as ilhotas já estavam completamente tomadas com os moradores construindo anexos às suas casas, a cidade começou a avançar sobre as águas e, à medida que ela crescia e os canais ficavam mais estreitos, passarelas suspensas foram construídas ao lado das fachadas, cobrindo as águas.
Este crescimento desordenado é o responsável pelo maior problema que a cidade enfrenta hoje: as enchentes. Enquanto as águas verdes, refletidas pelo azul do céu, deslizam pelos canais subindo e avançando as portas e janelas das casas, os turistas se divertem andando pelas ruas alagadas.



Cheguei de trem na Stazione di Venezia Santa Luzia, em frente a Chiesa di San Simeon Picollo, construída em 1738 por Giovanni Antonio Scalfarotto, na beira do Canal Grande, o maior de todos os canais de Veneza, a igreja mostra o ecletismo emergente da arquitetura neoclássica.
Ao cruzar a Ponti Degli Scalzi, uma das quatro pontes que cruzam o Canal Grande, presenciei a vista do Canal Grande.






O Canal Grande divide a cidade em dois distritos: San Marco e San Polo. Ele é o principais corredores de tráfego aquático da cidade.

Subi e desci as escadas das pontes que interligam os canais e cheguei ao Rainbow Apartments, na beira do Rio de San Provolo, em frente à Ponte del Diavolo, onde me hospedei durante três noites.





O primeiro mapa mostra o Grand Canal, em forma de S reverso, dividindo Veneza em duas partes, uma extremidade perto da Stazione di Venezia Santa Luzia e outra na bacia de San Marco.
O segundo mapa mostra a área que abraça a principal área turística de Veneza visitada por mim.


Na primeira manhã, caminhando em direção à Piazza di San Marco, cruzei uma ponte e sobre o Rio del Vini e avistei esta pequena e fechada ponte branca envidraçada.
Logo após cruzar o Campo Santo Filippo e Giacomo vislumbrei a Ponte dei Sospiri, construída em 1600. Feita de calcário branco e janelas com barras de pedra, ela passa sobre o Rio di Palazzo e conecta a Nova Prisão às salas de interrogatório no Palácio do Doge.


PIAZZA DI SAN MARCO
Em seguida, na velha Veneza cheia de detalhes únicos, conheci a bela Piazza di San Marco, definida por Napoleão Bonaparte como “O Salão mais Bonito da Europa”.
Nela se encontra a Basíilia di San Marco, o Palazzo Ducale, a Torre dell`Orologio e o Campanile.


A construção da Basíiica di San Marco começou em 828 para abrigar o corpo de São Marcos, trazido de Alexandria. Seu modelo arquitetônico foi baseado nas construções da cidade de Constantinopla no antigo Império Bizantino e seus mosaicos vitrificados refletem o sol, variando de cor dependendo da luminosidade.



Ela tem uma planta de cruz latina com cinco cúpulas, onde o dourado predomina nos 4.000 metros quadrados de mosaicos, alguns do século XIII, e nas 500 colunas do século III.

Os mosaicos da cúpula principal, datados do início do século XIII, representam cenas do Novo Testamento e os do átrio, feitos com vidro e filete de ouro, detalham cenas do Antigo Testamento.
Sob o altar descansa o corpo de São Marcos.


PALAZZO DUCALE
Construído em estilo gótico veneziano em1340, o museu foi a residência do Doge de Veneza, a autoridade suprema da antiga República. Os Doges de Veneza eram eleitos pela aristocracia da cidade-estado e eram normalmente escolhidos entre os mais velhos nobres da cidade
Torre foi construída no início da Renascença onde o relógio, visível desde a lagoa, lembrava de riqueza e glória de Veneza.

CAMPANILE
Esta torre é o edifício mais alto de Venez.om quase 100 metros de altura. Dela se pode ter toda a cidade.



Navegar em uma gôndola foi meu melhor presente neste dia do meu aniversário, comemorado na cidade mais querida do mundo.




Conhecer o Canal Grande e navegar pelos estreitos canais a bordo de uma gôndola causa uma sensação de paz.




As Gôndolas se encontrando pelos canais da Sereníisima criam uma dança única.


Ao final retornamos ao Canal Grande e seguimos em direção à Ponte di Rialto .



PONTE DI RIALTO
São quatro as pontes que atravessam o Grande Canal: Ponte dell'Accademia, Ponte degli Scalzi, Ponte della Costituzione e Ponte Rialto, a mais antiga de todas, com história e arquitetura exuberante.
A Ponte di Rialto conecta os distritos de San Marco e San Polo. Ela foi reconstruída várias vezes desde sua primeira construção como uma ponte flutuante em 1173.


Caminhar por esta cidade italiana trouxe agradáveis sensações, principalmente o contraste da apreensão nas estreitas ruelas sem saída e o alívio ao encontrar espaço aberto.
A Veneza do século XVI deixava de ser uma potência comercial para se tornar uma das maiores atrações turísticas do planeta, com estreitos corredores e galerias.




Na sequência do meu andar vagaroso, olhar para o céu foi o propósito de cada campo com encanto, e uma torre.



E como se sustenta esta cidade construída em cima do mar?
Troncos de madeira fincados na argila compactada foram as fundações executadas e, como não há contato com ar atmosférico a madeira não se decompõe, mantendo as construções em pé.



A grande festa carnavalesca em Veneza dura mais ou menos dez dias, com uma feição muito pessoal, um movimento peculiar, distinto de qualquer outro Carnaval.
Embora seja igualmente dedicada ao prazer dos sentidos, é um ritual promovido pela elite financeira e cultural caracterizada pelo uso intensivo de máscaras e figurinos que tentam reproduzir o estilo dos nobres que viveram nos séculos XVII e XVIII, além dos personagens da Commedia Dell’Arte, os quais celebrizaram como pierrôs, colombinas e arlequins.




Sempre perto, é certo que em Veneza tem um campo aberto e descoberto.




Nas janelas as plantinhas esverdeiam envolvendo com charme as ruas da cidade.



É impossível deixar de contar que as praças, chamadas de campo, são os xodós de Veneza.



Veneza, tão católica, demanda uma igreja em cada campo: Basilica S. Maria Gloriosa dei Frari, Chiesa di Santa Maria del Carmelo, Chiesa di Sant`Aponal e Santa Maria della Carità.




Impossível não parar para admirar: Chiesa Parrocchiali San Giacomo Dal`Òrio - Chiesa dei San Nicola da Tolentino no Campo di Tolentini - Portal para o campo da Chiesa di San Giovanni Evangelista




As igrejas se constituem na referência dos campos, praças, lugares na cidade.




MERCADO DI RIALTO
O elegante Palazzo della Pescheria, na área do Mercato di Rialto, é uma construção moderna em estilo néo gótico de 1907, projeto do arquiteto Domenico Rupolo.
Devido à sua posição geográfica estratégica, Veneza lucrou muito com o comércio entre Oriente e Ocidente, tornando-se, a partir do século XIII, a principal potência comercial da Europa com um porto que funcionava como fulcro entre o Oriente e o Ocidente, onde mercadores de todo o mundo concluíam seus negócios com a importação, exportação, processamento e comercialização de bens preciosos como especiarias, metais e pedras preciosas, perfumes, bálsamos, sedas e tecidos.


Encerrei este dia do meu aniversário em um restaurante degustando uma pizza vegana italiana.


Mais um dia subindo e descendo pontes.
No início quase não havia pontes e o acesso entre as ilhotas era através de tábuas suspensas sobre pilares, unindo um lado ao outro.
Veneza tem 177 canais e mais de 400 pontes, muitas delas hoje fazendo meu álbum de fotografias da cidade mais encantadora que conheci.





As primeiras pontes surgiram em 1170 e se manteve até o século XIII com apenas 11, entretanto, em 1500 já haviam 166.
Com tantas pontes para subir e descer, depois de oitos horas caminhando eu estava cansada. No entanto, algumas delas descem em praças com espaço para descansar.




Em Veneza espalham-se museus, praças, teatros e esculturas contndo a história da cidade.




Por toda a cidade é possível ver, emergindo dos edifícios, varais cruzando no alto das ruas.


UNIVERSITÀ LUAV DI VENEZIA
O Instituto Universitário de Arquitetura foi fundado em 1926 como uma das primeiras escolas de Arquitetura da Itália.



Na volta da universidade, logo que cruzei o Rio San Nicolo del Mendicol cheguei no Grand Canal novamente.



Ao entardecer cruzei a Ponte Dell`Academia, uma das quatro pontes que cruzam o Canal Grande em Veneza.



No dia seguinte, cedinho me dirigi ao Grand Canal para embarcar em uma lancha e visitar Murano, Burano e Torcello, três ilhas na Lagoa Venziana.
